segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Eu sobrevivi

2014 foi um ano puxado.
E desta vez nem foi no setor econômico.
Além de ter sido um ano atípico para boa parte dessa moçada que reclama na internet, não ia ter copa e teve copa, teve eleições, teve reeleição da Dilma e teve a revolva dos coxinhas.
No meu mundo particular teve burocracia (também conhecida como luta-quase-armada) para entrar em um trabalho, teve entrega de monografia e teve chuva de desespero.
E a cereja do bolo foi tudo isso acontecer durante meus 27 anos, idade conhecida como teste para tornar-se um espartano ou morrer tentando.

Neste ano fui a 4 casamentos. Sim, QUATRO.
Todos os quatro (QUATRO!) de amigos, dos quais 2 eu fui madrinha. (DOIS!)
Esse ano eu também fui tia (piada pronta), e esse ano nasceu criança a dar com pau.
Inclusive uma dessas foi o, Enzo, filho de uma das amigas que casou esse ano.
É mole ou quer mais?
Quer mais.

Esse foi o ano em que eu mais fui questionada sobre namoros. Devido a quantidade de casamentos e a ansiedade de quase todas as pessoas que me rodeiam para que eu tenha um par.
E foi o ano que eu me liguei que: caralho, ser adulta é chato pra porra.
Foi também o ano em que eu mais fui no médico.
E descobrir que ter problemas nas articulações não é maneiro.
Óbvio que não teve só coisa zoada. Mas as que tiveram... POHAN! Me ajuda?!

Foi o ano em que menos fui no cinema, em exposições, no teatro. (tudo bem, eu nunca fui muito de ir no teatro).
Foi o ano em que li menos. Bem menos. Quase nada.
Como consequência, foi o ano em que eu menos escrevi.
Basicamente, só minha monografia teve minha atenção e amor.
Foi o ano em que consolidei a minha filosofia de vida de que dinheiro não é tudo.
E que a partir do momento em que você está em um lugar onde a única coisa que você está ganhando é dinheiro, não vale a pena. 
Por tudo isso, entendi que estou certa quando digo que eu preciso trabalhar para viver e não o contrário.

Em contrapartida, foi o ano em que mais me foquei na minha espiritualidade. E vi resultados.
Foi o ano de conversas super profundas, de momentos incríveis e memoráveis.
De grandes merdas, daquelas que adubam a vida e te fazem ter ataque de riso às 18h15 no busão lotado.
Posteriormente bate aquela vergonha e a busca pela dignidade perdida.
Foi um ano de auto-entendimento, de aceitação e de alegrias, como o nascimento do meu sobrinho e a entrega da minha monografia.

Foi um ano de finalizações, de vidas novas e de novas vidas juntarem-se a minha.

Aos 27 anos, você parece estar numa eterna prova do líder, de resistência e com candidatos fortíssimos competindo com você enquanto cantam “we are the world” em um inglês péssimo.
Para completar, a velhice começa aos 27 anos. É a vingança da soberba dando as caras por aí.
O importante é que eu sobrevivi. 
Isso basta, por enquanto.

Agora é só chorar na ladeira, com a esperança de trombar um ensaio do Olodum e um tiozinho vendendo cerveja gelada no caminho pra dar uma segurada. E uma animada.