segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Todo canalha tem sex appeal

Foi num dia sem novidades, no meio da semana, enquanto eu voltava para casa acompanhada de uma amiga, quando eu ouvi pela milésima vez na vida: EU NÃO SEI O QUE ELE TEM.
A gente não sabia o que ELE tinha mesmo.
Era um cara normal. Meio estranho, meio bobo, meio sei lá.
Meio mau caráter, até.
Mas ele tinha alguma coisa que fazia com que todas as mulheres em um restaurante olhassem para ele.
Que fazia com que ele colecionasse as melhores histórias de pegação em locais inusitados.
Que me fez olhar para ele um dia e dizer: GENTE, ELE É MEIO CHARMOSO!

E como um daqueles flashs que nos traz a solução para o problema do momento, eu entendi o que ele tinha.
Era sex appeal.
Era isso!
Poxa! Como não percebi antes?
Todo o canalha tem sex appeal.

Ele não precisa ser bonito, sensual, alto, robusto, gentil.
Ele nasce com alguma coisa que faz com que ele seja o namoradinho dos sonhos da 5a B inteira, mesmo falando besteira e fazendo coisas idiotas o tempo todo.
Ele tem um talento que não é bem inteligência. Mas é algo que te arranca certa admiração.
E aí, ele chega no lugar com esse ar de "sim. você me quer. você só não se deu conta, ainda" e faz você arrumar a postura e jogar o cabelo.

Todo canalha tem sex appeal.
O que não quer dizer que seja um benefício exclusivo dos canalhas.
Tem muito homem que tem balangandã.
(se você não sabe o que isso significa, é porque você não tem - já dizia Adriana Andrade)
Mas como não dá pra ter tudo, o canalha nunca é levado a sério por mulher calejada.
E talvez seja por isso que ele colecione tantas histórias exclusivas.
Então, contente-se com o sex appeal, querido.
;)

terça-feira, 11 de agosto de 2015

É difícil

Se houvesse um arquivo, em algum lugar - que dizer, não sei se tem. Mas vamos trabalhar na hipótese de que não exista - onde estivesse transcrições de tudo o que falamos durante o tempo em que habitamos a Terra, certamente haveria uma frase (e suas variações) que apareceria muitas vezes nos arquivos de todas as pessoas do mundo: A VIDA É DIFÍCIL.

Às vezes ela vem como um porra, tá puxado; nossa, tá complicado; pô, tá difícil; ou mesmo no simples tá foda.
A vida é difícil. Todo mundo sabe e sente porque vive.
Parece que sempre tem alguma coisa que faz a gente disparar esse verso corriqueiro.
Tá difícil no trabalho. Tá difícil sem trabalho.
Tá puxado aguentar as tretas na sua casa.
Tá complicado a sua relação parceiro. Tá complicado viver sem o seu parceiro.
Tá foda. Vira e mexe... Tá foda.

A sensação é que tudo na vida é difícil.
É difícil não poder fazer as coisas quando somos crianças.
É difícil aguentar as mudanças da adolescência.
É difícil escolher o que fazer na faculdade e também é difícil entrar nela.
(Assim como sair dela e se despedir de tudo que aconteceu lá)
É difícil pagar as contas e ser responsável por tudo o que nos diz respeito.
É difícil perder pessoas que amamos ao longo dos anos que não imaginávamos viver sem.
É difícil encontrar bons amigos pela vida e ter a sorte de conseguir mantê-los.
É difícil ter atitude e dizer Quero! Também é difícil dizer Adeus.
É difícil saber o que se quer e quando você sabe, é difícil saber o que fazer agora.

Não que seja o tempo todo, não que seja difícil acordar e viver.
Mas existe a corriqueira sensação de se ver tendo dificuldade para resolver coisas simples.
Coisas que se repetem ao longo da vida.
E das quais não temos como fugir.

A única coisa fácil na vida é fazer merda.
Parece que você não precisa de nenhum esforço e de repente, tá lá, a grande merda que você fez!
Você só saiu pela porta. Mas derrubou o trinco, desligou a geladeira e pisou no rabo do gato.
Sem querer. Você nem viu. Foi uma esbarrada, mas aconteceu.

Ainda bem que existe o outro dia.
Aquela família.
Aquela festa.
Aquele bar.
Aquela cerveja gelada e aqueles amigos que estão sempre prontos para te ouvir - e para reclamar também - e para brindar as grandes merdas que fazemos sempre.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A vida é uma festa

A vida é uma festa.
E como qualquer outra, ela tem diferentes momentos.
Você chega meio tímido, com um olhar curioso.
Andando pelo meio das pessoas para encontrar um lugar para se acomodar.
E entre essas pessoas, você encontra uma galera que parece ser como você.
Eles são divertidos, com ideias parecidas com as suas.
Vocês compartilham os primeiros goles de um drink duvidoso e tudo parece ir bem.
Com o tempo, você descobre que nem todos gostam quando a música muda.
E daí quem muda é você.
Você vai para a pista sozinho, a fim de descobrir qual é o seu ritmo.
E lá você encontra outras pessoas que te acompanham na dança.
Aparece alguém com passos quase sincronizados aos seus.
E a sensação é que este alguém vai dançar com você a noite inteira.
Até que você pisa no pé dele - ou ele pisa no seu pé - e você decide deixar a dança pra lá.
Você volta a andar pelo salão.
Descobre novos ambientes, novas pessoas e novos parceiros de dança.
Encontra um terraço que te sopra um vento forte no rosto.
Ali, é você quem faz seu drink e não há onde descansar.
Aparece uma outra galera animada, com um sorriso simpático e acolhedor.
Você se aproxima deles e depois de um tempo, parece até que a festa tinha acabado de começar.
A música é convidativa e vocês decidem voltar juntos para a pista.
E brindam entusiasmados o novo set do DJ.
Você já dispensou os passos ensaiados e aparece alguém que entende seu ritmo.
E vai fazer de tudo para entrar nele.
E você vai ter vontade de acompanhar, cada vez mais, os passos soltos do seu novo parceiro.
Vira e mexe a música vai dar uma caída.
Algumas personalidades incríveis que estiveram com você na festa terão que partir.
E tudo o que você vai querer é que a música chegue ao fim.
Outras vezes, você vai sentir vontade de subir no terraço, pegar um drink e dançar sozinho.
Mas o DJ vai dar um jeito de te arrancar um sorriso.
E aquela galera vai te trazer um drink ressuscitador.
E aquela pessoa vai te puxar pela mão e te levar para a pista.
No meio de tantas outras pessoas, sempre terão as que nunca te deixarão parado.

A vida é uma festa.
Deus é o DJ.
E enquanto você estiver ouvindo a música, você deve continuar dançando.
Porque a pior coisa é o set chegar ao fim e você não ter se divertido.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Um fio

A rotina frente ao computador era a mesma de tantos outros dias.
A seta para baixo descia displicentemente. Vez ou outra, um clique. Uma leitura.
O vídeo engraçado, seguido da nova campanha fofa da marca de perfumes.
Enquanto eu lia a resenha do novo álbum de uma cantora talentosa, olhei para o teclado.
Era o meu primeiro fio de cabelo branco e a primeira vez que sonhei com você.

Desde então, não foi mais um dia comum.
A vida, por sua vez, tornou-se qualquer outra coisa que eu desisti de tentar entender.
Acho que é aí que mora a graça do jogo.
A gente nunca sabe quando algo vai acontecer para modificar nossos dias.
De repente, quando menos esperamos, estamos distribuindo sorrisos largos sem nenhuma obrigação.
Porque a vida tem disso.
O mundo talvez esteja nos seus dias finais. A bomba pode estar prestes a estourar.
Mas existe qualquer razão que nos faça ver as coisas de uma forma particularmente leve.

A vida tem disso.
O sábado de manhã que dura até as três da tarde, com almoço que vale pela janta.
Os ensaios de uma dança que não existe, mas que inventa-se como desculpa para ficar mais perto.
A energia que parece não ter fim, mesmo quando a lombar começa a arder e os pés reclamam por se ter atravessado três bairros a pé para evitar o trânsito.
Tantos momentos que parecem eternos e que por este mesmo motivo se tornam suficientes.

A vida tem disso.
Uma pena ser breve. Ser passageira. Ser dedicada a tantos outros momentos que nem precisam tanto da nossa atenção.
Foi meu primeiro fio de cabelo branco e a primeira vez que sonhei com você.
Que sonho seria se cada fio trouxesse este tanto de devaneio.
Mas a vida não tem disso. 
Infelizmente.



quarta-feira, 13 de maio de 2015

Nota de Agradecimento

Quanto mais velhos vamos ficando, mais temos a sensação de que o tempo passa rápido demais.
Parece que foi ontem que eu estava voltando de viagem de fim de ano e quando me dei conta, já estamos no meio do mês de maio.
E cada dia que passa, mais urgência temos em fazer as coisas. Em pagar as contas. Em cumprir as promessas. Em ter. Em acontecer. Em viver.
E no meio de tanta preocupação e afobação, nunca temos tempo para parar e ver o que estamos fazendo das nossas vidas.
A gente vai fazendo. Se der ruim, a gente conserta. Se for sucesso, ótimo! Estamos no caminho certo.
Numa dessas foi que eu me senti sufocada. No meio de tanta vida, eu queria parar um pouco para observar o que estava acontecendo com a minha.
Senti a necessidade de olhar de fora. Queria ser a espectadora da minha história para avaliar se estava tudo bem, o que tava faltando, o que estava sobrando e se era isso mesmo que eu queria.
Numa dessas, durante uma conversa calorosa no grupo do whatsapp onde piadinhas e risadas empolgadas misturavam-se a ideias de um novo negócio, à reclamação do emprego atual, a críticas sobre o mercado de trabalho, a referências e informações relevantes, à noticia do novo affair (mentira, essa eu inventei HAHAHAHA), eu me peguei observando e agradecendo em silêncio a sorte de tê-los na minha vida.
Sim, estou falando dos meus amigos. 
Comecei a lembrar de tantas vezes que eu estava na pior, sem bons drinks, e eles estavam lá para dizer alguma coisa que me fizesse acreditar que o dia seguinte seria melhor.
Lembrei de todas as coisas que aprendi trocando informação com cada um deles.
Lembrei dos momentos bons, dos momentos ruins e dos momentos importantes.
E agradeci mais uma vez por tê-los por perto.
O papel que nossa família exerce na nossa vida, parece que já vem assinado em contrato vitalício. A gente sabe que pode contar (ou deveria).
Mas as pessoas que encontramos pela vida e que, sem obrigação nenhuma, se sentem bem em nos ajudar e fazem questão em estar com a gente de um jeito ou de outro, merecem um muito obrigada. 

Parar, respirar, observar e agradecer.
Devíamos fazer isso mais vezes. 
Valorizaríamos as pessoas certas, descartaríamos as pesadas e permaneceríamos em paz com nós mesmos. 

Obrigada, AMIGOS!

domingo, 26 de abril de 2015

Batendo o martelo (e ouvindo o eco)

Das dificuldades que existem na vida, a menos pior - para mim - é a de tomar uma decisão.
Não vejo nenhuma complicação em escolher entre opções distintas. 
Aliás, me sinto maravilhosamente bem quando me é dado o direito de escolher.
A grande questão da escolha é apenas uma: conviver com ela.

Podemos decidir entre partir ou ficar.
Aceitar ou abandonar um ambiente de trabalho ruim.
Retomar ou superar uma relação de amizade fracassada.
Tentar mais uma vez ou esquecer alguém que passou.

Algumas decisões, ainda que superadas, teimam em reaparecer.
Quando você menos espera, ela esbarra em você pela rua.
Ser forte para tomar uma decisão é relativamente fácil.
Se manter forte diante de suas consequências exige determinação.

O tempo e as porradas vão aliviando esse peso.
Vez ou outra ainda nos deparamos com essa situação.
Embora não seja fácil, é como ouvi outro dia:
"É melhor segurar essa onda hoje do que segurar uma barra amanhã".








quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

O amor é um bloco de carnaval

É colorido de fantasias, de peles, de almas.
Tem brilho, mesmo que seja de purpurina.
Tem confete, daqueles que você encontra no sapato no dia seguinte.
Tem trilha sonora de música, de risadas, de ruídos.

O amor é um bloco de carnaval.

A gente nem sente quando começou pra valer.
Não sente que vai ter fim.
A gente sente que quando acaba, não termina.
Quando acaba, a gente sente que tem mais.

O amor é um bloco de carnaval.

Às vezes a gente acompanha de perto
Às vezes a gente escuta de longe
Às vezes a gente se perde no meio do caminho
Às vezes a gente nem sabe que está lá.

Meu amor ficou em um bloco de carnaval.
Não sei se me perdi ou se o deixei passar.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sobre a grande papagaiada das promessas do ano que começa

Não é surpresa de que eu estava consideravelmente alterada quando o ano virou.
Afinal, não é todo dia que eu pago uma boa quantia de dinheiros em uma festa com duração de 5 horas. (tudo bem que tinha comida, bebida, estrutura e música ótima)
E visto que tinha champagne a rodo, agarrei nela e só nela. 
Ah, e intercalei com alguns petiscos para dar aquela salgadinha malandra na boca.

O ano virou. 
Mentalizei no que me foi guiado e voltei a colocar a taça na boca.
No dia seguinte, fui pura derrota. 
Saí de casa, em pleno Rio de Janeiro, apenas para comer. 
No Shopping. 
E voltei para o ar condicionado e para o sofá.
Comecei um diálogo com a minha irmã por mensagem. 
Ela dizia, lá pelas 22h, que estava em casa pensando nas metas para o ano seguinte.

Nunca levei metas de virada de ano a sério. 
Até me lembro vagamente de um tempo em que eu cheguei a fazer listas ou algo do tipo. Mas com 14/15 anos, tudo o que você precisa é passar no colégio sem ficar de recuperação.
A vida continuou. 
Chego aos 28 sem metas para o ano que se inicia.

Primeiro porque provavelmente eu ia me esquecer de tudo que me prometi.
Segundo porque o ano passa tão rápido que você nem percebe que muitas coisas aconteceram e tudo que você havia planejado foi alterado por uma força maior que ninguém explica.
Tenho planos, claro. Desejos. Sonhos. Vários deles, na verdade.
E é claro que vou correr atrás, por vontade e por necessidade de viver aquilo.
Se as coisas acontecerem, ficarei muito feliz. Se não, paciência.
A gente se cobra por tantas coisas que se eu começar a me cobrar um planejamento anual, eu desisto de viver.

É minha postura de deixar a vida agir. (ou tentar)
Fazer minha parte e deixar que ela aconteça.
Não decorar o horóscopo da Susan Miller (o que não quer dizer que vou deixar de ler) e parar de ver todos os confirmados do evento do facebook, já é um grande feito.
Afinal de contas, o acaso é o melhor diretor de vidas do mundo. E as cenas que ele proporciona são inigualáveis.

Que tudo seja uma grande surpresa. Daquelas boas, engraçadas e com uma grande dose de aprendizado.
No fim, o que fica mesmo é aquilo que a gente vive. 
E sente.