terça-feira, 11 de agosto de 2015

É difícil

Se houvesse um arquivo, em algum lugar - que dizer, não sei se tem. Mas vamos trabalhar na hipótese de que não exista - onde estivesse transcrições de tudo o que falamos durante o tempo em que habitamos a Terra, certamente haveria uma frase (e suas variações) que apareceria muitas vezes nos arquivos de todas as pessoas do mundo: A VIDA É DIFÍCIL.

Às vezes ela vem como um porra, tá puxado; nossa, tá complicado; pô, tá difícil; ou mesmo no simples tá foda.
A vida é difícil. Todo mundo sabe e sente porque vive.
Parece que sempre tem alguma coisa que faz a gente disparar esse verso corriqueiro.
Tá difícil no trabalho. Tá difícil sem trabalho.
Tá puxado aguentar as tretas na sua casa.
Tá complicado a sua relação parceiro. Tá complicado viver sem o seu parceiro.
Tá foda. Vira e mexe... Tá foda.

A sensação é que tudo na vida é difícil.
É difícil não poder fazer as coisas quando somos crianças.
É difícil aguentar as mudanças da adolescência.
É difícil escolher o que fazer na faculdade e também é difícil entrar nela.
(Assim como sair dela e se despedir de tudo que aconteceu lá)
É difícil pagar as contas e ser responsável por tudo o que nos diz respeito.
É difícil perder pessoas que amamos ao longo dos anos que não imaginávamos viver sem.
É difícil encontrar bons amigos pela vida e ter a sorte de conseguir mantê-los.
É difícil ter atitude e dizer Quero! Também é difícil dizer Adeus.
É difícil saber o que se quer e quando você sabe, é difícil saber o que fazer agora.

Não que seja o tempo todo, não que seja difícil acordar e viver.
Mas existe a corriqueira sensação de se ver tendo dificuldade para resolver coisas simples.
Coisas que se repetem ao longo da vida.
E das quais não temos como fugir.

A única coisa fácil na vida é fazer merda.
Parece que você não precisa de nenhum esforço e de repente, tá lá, a grande merda que você fez!
Você só saiu pela porta. Mas derrubou o trinco, desligou a geladeira e pisou no rabo do gato.
Sem querer. Você nem viu. Foi uma esbarrada, mas aconteceu.

Ainda bem que existe o outro dia.
Aquela família.
Aquela festa.
Aquele bar.
Aquela cerveja gelada e aqueles amigos que estão sempre prontos para te ouvir - e para reclamar também - e para brindar as grandes merdas que fazemos sempre.