segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O amigo e o tempo


Outro dia, uma querida postou que São Paulo é a cidade da resistência.
E que, entre tantas coisas, resistimos também as boas amizades.
Embora tenha adorado a publicação, pensei diferente.
E acho que isso vai muito além das fronteiras paulistanas.


O grande desafio é manter boas amizades à longas distâncias.
E nem falo de geografia. Falo de tempo.
Não tem como mantermos contato com os amigos como antes.
Nossa vida muda o tempo todo. Se não a nossa, a dos outros.
As agendas não vão bater. 
Você tem aula de segunda e quarta.
Seu amigo de terça e quinta.
Sexta tem aquela festa e seu amigo marcou um happy hour.
Então fica pra semana que vem, sem problemas.


Amizade é – acima de tudo – respeitar.
Respeitar as mudanças e as prioridades.
E entender que isso não quer dizer que você é menos importante.
Amizade é respeitar o esforço do outro, também.
Respeitar o compromisso, se comprometer.
A gente vacila, todo mundo vacila. 
Mas se a amizade vale a pena, a gente dá um jeito.
Tenho praticado um exercício diariamente:
O exercício da aceitação.

Mas e se a gente não conseguir driblar o tempo, o orgulho ou as vaciladas?
Nos cabe aceitar que agora o amigo fica só no coração.
As histórias sempre vão existir.
Afinal, amizade tem disso.



Umas são de lurex, outras de algodão.
Umas perdem a cor e outras, não.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Cagando Regras

O mundo é divido entre dois tipos de pessoas:
As que comem Danoninho em uma colherada só e as que comem devagar, saboreando cada ml daquele iogurte cremoso de morango.
Se questionadas sobre o porque elas comem a sobremesa daquela forma, as duas vão tentar te convencer que este é jeito certo para de se fazer.

Assim é a vida.

As pessoas acham que são donas do senso comum.
Acreditam que o que elas tomam como verdade deve ser universal.
E foi assim que esses “Guardiões do Segredo da Felicidade” começaram a fazer as famigeradas listas.

Quem nunca recebeu, por exemplo, por e-mail ou abriu o link de “25 coisas para ser mais feliz” ou “30 coisas para se fazer antes dos 30 anos”?

Tá lá que eu tenho que parar de me preocupar com dinheiro.
Tenho que ficar loira pelo menos uma semana antes dos 30 anos.
Ah, é? Eu tenho? Quem disse? Alguém que com certeza é uma pessoa muito mais feliz, realizada e não tem nenhum tipo de problema na vida?

Não, obrigada. Não tenho a menor vontade de aprender a pilotar uma moto, também.

Mas de uma forma ou de outra, a gente acaba se rendendo à algumas destas listas de regras por algum tempo ou às regras que nós ou que nossos amigos nos impõem.
Soube do caso de uma mulher que foi sair com um cara e foi severamente aconselhada:

“Não fala muito! Homem não gosta de mulher que fala demais.”

Com medo, ela seguiu o conselho. E bebeu. Bebeu sem parar, porque era o que restava. Claro que, embora tenham ficado, não rolou nenhuma conexão entre os dois, mesmo porque, como você quer ter uma ligação com alguém se você não é você?

Outro dia me peguei reprimindo um amigo que se dizia apaixonado. No meio da regrinha básica do “não se declara tanto assim”, pedi para ele desconsiderar tudo e apenas disse: “Vai, se é o você quer, vai. E deixa ver no que vai dar”.

A gente já tem que cumprir regras demais. 
Obrigatoriamente, para que possamos viver em sociedade, temos que cumprir milhares delas todos os dias. Se nas horas “vagas” tivermos que fazer isso também, nossa vida vira uma produção de fabrica, tudo muito mecânico e calculado.

Decidi que regras na minha vida só as de ortografia mesmo, e olhe lá.

E isso não é uma regra, é só um peso menos para carregar.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Amor Público

Passei as últimas semanas na correria. (Graças a Deus)
Fazia uma lista de horários que eu devia realizar as tarefas.
Um minuto de atraso desordenaria todo o meu cronograma.
Até que terminei tudo que havia para fazer e decidi andar com calma.
E foi assistindo casais alheios que eu percebi que...

Gostar de alguém é desacelerar no farol amarelo.
É andar mais devagar até a faixa de pedestre para que o sinal abra novamente.
Gostar de alguém é ficar à direita da escada rolante do metrô.
É esperar o ônibus vazio.
Gostar de alguém é dar passagem para a mãe com o filho pequeno.
É deixar o senhor de boina furar a fila.
Gostar de alguém é ceder o táxi para a mulher apressada.
É errar a estação de trem.

Só para ter um pouco mais de tempo com quem se gosta.
E sentir-se bem com a ilusão de fazer o tempo durar mais.

domingo, 6 de outubro de 2013

A gente nunca sabe.

A gente passa o dia todo preocupado com o que a gente acha que vai acontecer.
Com o que tem para entregar no trabalho, com a consulta no fim da tarde.
Se preocupa se vai ter fila no banco ou no restaurante na hora do almoço.

A gente passa o dia todo prevendo imprevistos que podem aparecer no dia.
Se vai chover na hora de vir embora, se chegaremos a tempo de pegar a novela.
Se vamos lembrar de passar no mercado para comprar o detergente que acabou.

Durante o dia todo, todos os dias, a gente pensa no que vai acontecer no fim de semana.
Se vai dar certo de visitar o filho recém-nascido do amigo, se conseguiremos comprar o presente antes.
Se o pagamento cai até o fim da semana, se vamos na exposição antes que acabe.

A gente acha que sabe o que tem fazer durante o dia, a semana, o mês, a vida.
Achamos que sabemos como serão nossas férias, mesmo sem saber direito quando será.
A gente acha que sabe tudo o que tem que fazer até sexta-feira.

E acaba perdendo tempo achando que sabe, quando - na verdade - a gente nunca sabe.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Machismo não, obrigada.

Este ano, muito se falou sobre feminismo, machismo, abuso, coisa e tal.
E eu, sempre que entro neste assunto com alguns amigos, acabo saindo mal.
Mal porque grande parte dos meus amigos são machistas.
E mulheres entram nessa também.

Minha mãe é machista e não nega.
Minha irmã também é.
Aliás, minha família, no geral, é machista.
E eu fui criada para ser uma. 
E fui, por um bom tempo.

Fui por medo. Para não ser do contra.
Mas tudo que vinha junto com isso, me deixava muito incomodada.
Até que eu cansei.
Estudei, li, conheci outras pessoas, outras teorias e outros pontos de vista.
Daí me encontrei. E me desencontrei de algumas ideias, de algumas pessoas.

Parece que ofendemos ao nos defender de um ataque machista.
Toda vez que uma mulher se mostra feminista para um homem, este parece perder porcentagem de sua masculinidade. (e a mulher, parece uma frígida, revolucionária)
E nós só queremos um pouco mais de respeito.
Um pouco mais de empatia.

Mulher só pode ser feminista se topar dividir a conta do motel.
Caso o contrário, aceite este "gostosa" com sorriso no rosto.
E se o farol fechar, agradeça.







quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A arte do vacilo

A gente culpa o trânsito, a sujeira, a fila, o banco, a operadora do celular, o wi-fi...
A gente culpa tudo que não tem culpa sozinho.
Por isso que cada dia que passa nos aborrecemos com mais facilidade.
E é tudo culpa da gente mesmo.

Para pra pensar no porquê você deixou de ir à um lugar ou deixou de fazer algo.
No porquê não acredita mais em uma teoria ou não ouve mais certa música.
Provavelmente haverá um ser humano envolvido nessa causa.
Porque na verdade não são as coisas que perdem o sentido.
São as pessoas que estragam tudo por perderem a noção.

O ser humano vacila demais.
Por isso amizades duradouras são cada vez mais raras.
E bons lugares cada vez mais escassos.
E exatamente por isso que devemos tomar cuidado com as vaciladas que damos pela vida.
Pois como diz meu amigo:

"Na vida você pode fazer zoeira, mas não pode fazer bagunça".



terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cadê a criança que estava aqui?

Entre as tantas coisas nas quais eu acredito, uma delas é que existe uma conexão universal que atua diretamente nas nossas vidas.
Para mim, tudo que a gente acha que é coincidência, é a atuação do universo sintonizando nossos pensamentos com fatos que acontecem sequencialmente nas nossas vidas.

No último mês rolou um concurso de novos projetos de roteiros de séries para televisão. Um dos seletores comentou que – até o momento – menos de 2% dos projetos eram destinados ao público infantil.

Minha infância foi praticamente toda relacionada aos programas da TV Cultura. Rá-Tim-Bum, Contos de Fadas, Os Animais do Bosque dos Vinténs, X-Tudo, Castelo Rá-tim-bum, só para citar alguns.
Isso me ocupava o tempo que sobrava depois da escola, fazer o dever de casa e brincar na rua. E foi responsável por eu me interessar por histórias, leitura e por estimular meu poder imaginativo.
Muitos não são mais exibidos. Isso se existir algum que ainda esteja na programação.

Hoje saiu a notícia que mais uma produção da TV Cultura chegará ao fim.
O Cocoricó - que há algum tempo tornou-se o TV Cocoricó - no qual tive a honra de fazer parte da equipe de roteiristas, não fará mais parte da programação.
É mais uma hora do dia que as crianças se dedicarão aos canais pagos, tablets e computados (as que têm acesso), produtos para idades mais avançadas ou produtos de péssimo gosto.

Ao mesmo tempo que Júlio e seus amigos se despedem da fazenda, meninos e meninas se despedem um pouco da infância, precocemente.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Borbulhas de esperança

Esse ano, minha rotina está sendo - entre um freela e outro - ficar de olho na timeline de grupos de emprego no facebook, páginas/twitter/sites de trampos.
E quase todo dia, a busca não encontra resultados.
Pior do que isso é a cobrança de todo mundo que não vive essa realidade e é imediatista. 
Perguntando se eu não penso em mudar de área;
Mudar de ideia;
Fazer outra faculdade;
Revender Avon.

E eu só não fico louca com tudo isso, porque tem algo maior que faz parte da minha rotina.

O dia pode ter sido uma bosta. 
Posso ter passado a semana inteira ansiosa pela resposta daquela entrevista.
Mas se no final houver um copo de cerveja me esperando, tudo fica bem.

Não é a toa que, vira e mexe, são publicados estudos que mostram que os jovens tem bebido cada vez mais.
O ritual da mesa de bar te possibilita esquecer, um pouco que seja, todas as preocupações que voltarão com a segunda-feira. 
A gente até comenta com os amigos das discussões com a mãe, da raiva do job que não pagaram, da vaga que saiu e seria incrível se fosse sua. 
E eles sempre vão encher o seu copo e brindar para tudo dar certo.

Ou seja, nós não bebemos porque somos alcoólatras, bebemos porque vemos no fundo do copo, a luz do fim do túnel.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Saudade com moderação

É inevitável no meio de uma conversa não lembrarmos de histórias do passado.
E nem sempre são de um passado recente.
Sempre acaba vindo à tona memórias da época do colégio, seguida da lembrança da facilidade de se viver naquela época em que a única preocupação era chegar a tempo de ver Simpsons no SBT, ou Blossom. (Poxa, Blossom... saudades!)

Daí você lembra que sua mãe perguntou ontem se você não vai encontrar um emprego decente; tomar um rumo na vida; sossegar o facho em casa e parar de zona.
Lembra que o mercado de trabalho tá tenso; que você não foi naquele show porque não tinha grana; que fica puto que os vinhos da promoção de 19,90 já acabaram.
E então, é invadido por aquela nostalgia ao pensar em como a vida era fácil.

O que é normal, claro.
É normal, é inevitável mas é sempre passageiro.
Porque se você pensar mais um pouquinho, a vida adulta tem certas vantagens que a de adolescente não tinha. E que no fundo, você não trocaria uma pela outra. 
Mas tudo bem relembrar, afinal, todo mundo se diverte com as histórias bizarras da nossa adolescência.

Chato é aquela galera que vive disso.
Aquela galera que só sabe falar das coisas que aconteceram nos anos passados.
Tanto recente, quanto distante.
É chato. É broxante. É um saco.

A impressão que eu tenho é que esse é tipo de gente não consegue ser feliz nunca.
Que é um porre como companhia e que não consegue se concentrar no que está acontecendo no momento agora.
Pior que isso é quem acha bonito ficar frisando aquela sentença:
“Saudade de tudo que eu ainda não vivi”. (ou algo do tipo)

Desse jeito, a única saudade que você vai sentir é a saudade do tempo que passou enquanto você ficava com essa frescura de sentir saudade.

E, às vezes, nem sabe do que.





terça-feira, 30 de julho de 2013

Do grego: Se estressar de graça.

Existem várias formas de se expressar.
E em todas elas você, involuntariamente, está imprimindo sua opinião sobre certo assunto.
E opiniões são formadas com base na sua vivência, nos seus interesses e na sua visão de mundo.
Até aqui, nada de novo.
(E na verdade, nada que eu escrevo é novo. São apenas coisas que passam pela minha cabeça)

A palavra OPINIÃO é muito forte.
Uma palavra que causa certa expectativa, às vezes um medo.
Sabe aquela situação que você fez algo, que não tem certeza se está certo ou errado e vem seu amigo e diz: Posso dar minha opinião?
Dependendo de quem for, me cago.
Sempre quando pedimos uma opinião, ou compartilhamos algo para obter a dita cuja, queremos ouvir o que nos convém. Faça o teste.
Mesmo que não seja exatamente o que queremos fazer mas, que vindo de alguma pessoa na qual confiamos, isso nos dar força para seguir um caminho melhor.

E todo mundo tem opinião sobre tudo.
Uma olhadinha no facebook pode comprovar isso.
E acho ótimo que todos tenhamos opiniões mesmo.
Isso é um sinal – ou deveria ser – que estamos realmente procurando nos informar do que está acontecendo fora do nosso umbigo.

Mas como tudo na vida, emitir nossa opinião também tem dois lados .
Exceto tudo o que configura desrespeito e desamor que vem sempre de gente egoísta e ruim, sem exceção.  (ops, opinei)
E atingir um desses lados acaba ferindo pessoas porque, na maior parte das vezes, generalizamos.
Infelizmente é inevitável.

Outro agravante da emissão de opinião, é que há pessoas que simplesmente não aceitam opiniões. E não aceitar opinião é puro e simplesmente discuti-las.
Se a opinião é formada com base na vivência, interesses e visões pessoais, vamos acabar nos confrontando com opiniões adversas às nossas.

Pensando sobre tudo isso e visando minha saúde e bem estar , decidi evitar ao máximo emitir minha opinião sobre qualquer assunto polêmico, ou em que eu não fui requisitada diretamente para tal.
É um exercício árduo para uma pessoa prolixa como eu mas estou lutando bravamente.
É difícil ver algumas confissões, frases imbecis, fotos bizarras e reclamações escrotas todos os dias e fingir que não viu.
Não é fácil. Mas posso dizer que esta atitude tem me ajudado a ser uma pessoa mais feliz.

Acho que todo mundo deveria, ao invés de esbravejar pelo mundo (da internet), imprimir suas escolhas e opiniões nas suas ações. Agindo como um ser humano melhor, mais humano.
Mas como prometido, não vou ficar opinando por aí.


Só às terças. E por aqui.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Essa tal felicidade

No fundo, no fundo, o objetivo de todo o ser humano é ser – de alguma forma – feliz.
De maneiras e com visões diferentes, matamos um leão por dia para alcançarmos o nosso objetivo.
Mas somos seres constantemente insatisfeitos.
Se para ser feliz você precisa comprar sua casa - e você consegue uma - quer uma mansão.
Se é um carro, está sempre querendo um maior/melhor/mais caro.
E por aí vai.

O problema é que todos esses desejos demandam muita luta para pouco tempo de satisfação.
Ou seja, você demora anos para ter a casa própria e aquele sentimento de felicidade que não cabe no corpo dura meses ou alguns dias e, vez ou outra, quando sobra o dinheiro que antes era destinado ao aluguel.
É um sentimento que não é constante, é avulso.
Mas existe uma maneira de ser feliz mais vezes e a curto prazo.

O orgasmo obtido numa relação sexual nada mais é do que um momento de felicidade.
E não to falando de amor. Esse papo é com o Marcinho.
Durante uma transa sempre rola um sorrisinho de canto de boca – quando não, uma gargalhada. Até uns gritinhos eufóricos.
Gozar é o momento em que todos nós somos felizes.
E muitas vezes, sem que esperássemos por isso.

Não é uma maravilha ser feliz na segunda de manhã? Antes de ir para o trabalho e aguentar todas as buchas que ficaram do fim do dia na sexta?
Ser feliz na quarta-feira, com uma chuva torrencial caindo depois de um dia cheio de trabalho.
E ser feliz naquele domingo preguiçoso, com Faustão na TV falando bobeira e o Gugu fazendo drama pra entregar a reforma da casa para o moço desempregado?

Dá pra ser feliz em qualquer dia da semana!
Independente se vão ligar avisando que o financiamento foi aprovado ou que aquela compra do aliexpress chegou corretamente.
Dá pra ser feliz com ou sem dinheiro.                          

Ninguém é feliz o tempo inteiro.
Nem de um jeito, nem de outro.
Mas não precisamos esperar tanto para que isso aconteça.
Então, foda-se. E seja feliz!


Nem que isso dure só alguns minutinhos...

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sobre panos de prato e greve de sexo

Outro dia, em pleno 2013, li uma espécie de desabafo de um autor desconhecido sobre a complexidade das mulheres.

No texto, ele dizia que as mulheres antigamente eram mais fáceis de lidar, porque só cuidavam dos afazeres do lar. Mas depois de queimar seus sutiens, ficaram mais exigentes. Não bastava apenas dar um jogo de panos de prato. (sim, ele dizia isso no texto)E para manipular seus homens, essas mulheres começaram a fazer greve de sexo.
Para completar, o relator ainda falava sobre a ardua tarefa de um homem em TER que reparar no novo corte de cabelo da mulher, na unha feita e no seu peso.

Recordei das propagandas e clichês dos anos 90. Me senti como se estivesse ali, ouvindo uma conversa de homens grosseiros em uma mesa de bar.
Não posso acreditar que tantos anos depois, há homens que ainda reflitam sobre essas questões. Não acredito que as pessoas ainda não compreenderam que o ser humano, de uma forma geral, é complexo. E isso independe do sexo.
Mas pude perceber pela quantidade de curtidas na postagem que muitas pessoas se indentificam com esse tipo de comportamento. O que é triste é que até mulheres se enquadravam no perfil.

Talvez por conviver com pessoas que prezam mais pelo nível intelectual, me sinto melhor quando me torno mais interessante pelo conteúdo do que pelo o que eu estou vestindo.
E qualquer um que tenha acompanhado a evolução humana sabe que uma coisa não anula a outra.
Um homem que namora uma mulher que exige ser notada por sua aparência, não deve reclamar da greve de sexo quando falha nessa missão. Uma vez que esse foi seu critério de escolha.

A não ser que você queria manter uma relação falando da nova coleção da impala, é bom começar a rever alguns conceitos.   



quarta-feira, 10 de julho de 2013

Entrelistas

Uma das piores sensações, para mim, é a sensação de esquecer algo.
Seja uma tarefa, um data de aniversário ou um sapato na mala de viagem.
Isso fez com que eu criasse a mania de fazer listas.
Para tudo.
Foi muito útil quando trabalhava com produtora.
E até hoje ainda é.

Mas o lance da lista é que ela te engessa.
Antes de dormir, eu faço uma lista de tudo que eu preciso fazer no dia seguinte.
E percebi que isso começou a transformar os dias em obrigações.
Tirando o prazer de algumas atividades.

Aquela vontade repentina de assistir um filme que eu já vi 47 vezes não era consumida.
Na lista, deveria ver aquele filme que eu estou enrolando meses para assistir.
Ficar horas mexendo em um site de compras? Não mais.
Preciso pesquisar artigos para compor meu novo personagem que sofre de uma doença crônica.
Ficar assistindo desenho animado a tarde toda?
Não, porque preciso resolver o lance da minha nota fiscal, mesmo eu não usando regularmente.
Sem contar o trabalho diário, que não entra na lista porque não tem como fugir.

Tudo isso me faz concluir que nossas prioridades são mais ligadas à obrigações do que para o prazer.
E acabamos sempre nos colocando em segundo lugar.
Fazer o que se quer realmente, é só depois de pagar as contas, assinar os papéis e arrumar a gaveta.
A sensação é que nos tornamos chefes de nós mesmos.

E dos mais cinzas.

terça-feira, 2 de julho de 2013

O que queremos?

No fim de semana assisti, por recomendação de um amigo, o drama Like Crazy - ou Loucamente Apaixonados em português.
Para não me estender, você pode ler a sinopse do filme aqui.
Aliás, se alguém assistir e quiser me contar sua interpretação do final, vou adorar.
Após o fim do filme, fui conversar com o amigo que me indicou e, mais tarde, com um amigo para quem eu indiquei o filme.

Para simplificar o que eu achei e o porquê de eu estar falando sobre esse filme, vou copiar e colar alguns diálogos.
Eu aprendi de nova que não deve se alimentar algo que não existe. O que não quer dizer que você tem que ficar apenas com quem quer alguma coisa de verdade, mas, você deve deixar claro - e até manter uma certa distância - que aquilo é só um momento, ou alguns momentos que seja.

"É uma questão de escolhas.... o problema é que as pessoas são egoístas....elas querem estar bem, não importa se para isso precisam enganar outras pessoas. Ok que pelo que parece no filme, eles tinham um acordo mas o lance de vc ficar alimentando algo é chegar no ponto que chegou: o cara acreditar que a garota queria ficar msm com ele, pedi-la em casamento e ser rejeitado".

Sim, eu penso assim. Eu acho egoísta e injusto. A gente nunca sabe o que o outro sente, nunca sabemos ao certo o grau do envolvimento sentimental de quem estamos juntos. E pode ser ingenuidade minha pensar assim, mas essa é minha direção.
Em um outro ponto, temos uma conclusão do filme que dá título à este post. E que não é minha:

"Eu fiquei muito sentido por eles pois entendi o final da maneira mais pessimista possível. Brigamos tanto, lutamos tanto, quisemos tanto, mas era só isso. Era só o "querer" sem saber porque queríamos..."

Comum. Tanto um caso quanto o outro é comum. Você engana e pode ser enganado; você quer por que quer mas não sabe bem o porque quer aquilo.
Corremos tanto atrás de objetivos e nos esquecemos de olhar para a vida. Olhar para o que está acontecendo paralelo a isso. Não paramos para pensar nos pós e contras que tal situação nos oferecerá.
E isso não se aplica só a relações amorosas, mas na nossa relação com a vida em todos os seus fatores.

Pode ser que na maioria das vezes que queremos alguma coisa, a queremos por orgulho, por provar que podemos ter algo.
Queremos poder. Mas nem sempre sabemos o que fazer com isso.

Uma pena.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Prom

Outro dia estava conversando com uma amiga sobre o nosso intercâmbio e falamos de uma galera que ficou por lá.
Morar em outro país, não é minha onda. Não por muito tempo.
Um ano fora, é válido. Mais que isso, para mim, é tortura. Por uma série de coisas.
Uma dessas coisas é o fato de eu adorar boa parte da cultura brasileira.
Muita coisa que aqui temos - e não temos lá fora - é de muito valor pra mim.
E não vou falar sobre os problemas que vivemos aqui constantemente, porque o intuito não é este.

Embora eu ame meu país, tem duas coisas - no quesito fútil - que deixam um buraco na minha existência.

O armário do colégio.
O armário do colégio (que tem em algumas universidades e colégios) não é comum na nossa cultura. E isso é complicadíssimo de entender quando você tem 14 anos e é viciada em comédia romântica.
Porque em todo filme adolescente, os alunos tem armários que decoram com posters, fotos do gatinho da escola ou com frases de efeito.
E você sabe quantas histórias de amor eu não vivi por não ter um armário?
Tudo que eu precisava saber era qual o número do armário daquele cara para colocar um bilhetinho me declarando, sabe?
Mas apesar de tudo, isso não foi a minha pior frustração fútil na adolescência.

Rapidamente, pense no maior conflito dos filmes adolescentes americanos.

O Prom! O Prom, minha gente!
O tal baile de formatura que todo mundo na bendita escola, pelos corredores cheios de armários - pausa dramática - esperava chegar.
E não era só pela festa. Afinal, eu fico maluquinha nas vésperas de uma festa especial - e nem precisa ser baile de formatura.
A espera, a ansiedade e o medo do baile era se você seria convidada ou não.
É, essa é a parte não legal do Baile. Porque poderia rolar de não ser convidada para ir ao baile acompanhada e chegar lá sem aquele bouquet fofo no pulso.
E ganhar um bouquet no pulso deve ser incrível!

E os melhores convites tinham os armários como ponte. (Veja a importância do armário!)

É, podia ter encontrado o amor da minha vida no baile, mas não.
No meu primeiro baile de formatura, aos 16 anos, dei um fora no gatinho de olhos azuis que falava bem, porque eu fiquei com vergonha de todos os meus amigos verem e no dia seguinte acordei com suspeita de dengue.

Daí o trem saiu do trilho e nunca mais voltou.
Mas se eu tivesse ganhado o bouquet...



terça-feira, 18 de junho de 2013

Como eu entendo tudo isso?

Existe muito o que falar sobre os últimos dias no Brasil.
Hoje, uma amiga italiana veio me perguntar o que está acontecendo por aqui, pois ela viu vídeos e não entendeu muito bem.
Tive o prazer de explicar.
Mas expliquei o que eu entendo. E o que eu entendo pode ser um pouco diferente do que as outras pessoas que também estão nas ruas - e que não estão - entendem.

Pois, bem.
O Movimento Passe Livre, criado em 2005 depois de uma série de protestos contra o aumento do transporte público em algumas cidades do país, tem o objetivo de fazer com que o transporte público seja gratuito e de qualidade.
Neste ano, com o aumento da tarifa no estado de São Paulo, o MPL chamou a população às ruas contra este aumento e foi surpreendentemente atendido.
Milhares de pessoas deram - e estão dando - suporte ao MPL ocupando vias públicas de grande movimento como a avenida Paulista.

O motivo? Estamos todos cansados.
O abuso do governo no povo vem ocorrendo há anos e nós sempre deixamos passar.
Sempre protegidos pela máxima: Não vai dar em nada.
Mas chegamos no limite. É por R$0,20? Sim. Mas não é SÓ por R$0,20. São estes centavos somados há tantos outros que tiram de nós em troco de nada.
É como se disséssemos: JÁ CHEGA! VOCÊS FORAM LONGE DEMAIS.

O Brasil está estressado com o péssimo funcionamento de tudo: hospitais, escolas, lazer, transporte.
Já chega. Cansamos de ser passivos. Cansamos de achar que está tudo bem se no fim da semana vamos nos encontrar com a família e com os amigos, tomar uma cerveja e falar bobeira.
Já chega.
Mas na minha cabeça existe um foco: revogar o aumento no ônibus.
E não podemos nos aproveitar do objetivo do MPL para querer mudar tudo de uma só vez.

A mudança, primeiro, começa com o voto. No que eu defendo o voto nulo, forçando a reforma política.
Depois, com o fato de querer manifestar por sentir-se parte de uma nação e não para ter uma história para contar.
Incitar a violência ou apoiá-la?
No anos 60, um grupo de pessoas LUTARAM contra a ditadura militar; a falta de liberdade de se expressar para que hoje possamos ter uma opinião pública sobre alguma coisa.
Para que eu e tantos outros pudéssemos ter um blog. Para que qualquer um pudesse criticar o governo. Para que pudéssemos escolher alguém para nos representar no senado.
Dá para contar nos dedos quem aguentaria metade do que aquelas pessoas aguentaram oprimidos pela ditadura.

Vejo pessoas nas ruas hoje provocando uma ditadura militar para entrar na história do Brasil.
Mas não sei se alguém ali tem culhão para ser Marighella.

Se o que vocês queriam eram um registro de que "lutaram" para mudar o Brasil, parabéns. Vocês já o tem.
Agora não atrapalhem quem realmente luta por melhorias. Cada coisa de uma vez e organizadamente.

Não adianta querermos ao mesmo tempo que a tarifa reduza, que a Dilma saia do governo, que cancelem a copa, que construam mais escolas e hospitais.
Agora que temos noção do impacto que podemos causar, vamos aproveitar para reivindicar por melhorias sim! Para vermos o destino dos nossos impostos pagos.
E deixar claro que a palhaçada acabou por aqui.

É assim que eu entendo estes dias.
Existe uma causa e é por ela que me junto a este movimento.

Que este seja só o começo de uma nova era.




quinta-feira, 13 de junho de 2013

Avante, São Paulo!

A atualização deste blog ocorre às terças.
Mas hoje há uma exceção.
Há uma exceção porque milhares de pessoas abriram exceções hoje.
O MPL conseguiu um feito que não se via há muitos anos e foi uma das coisas que eu mais ansiava em ver.

Sempre me impressionei, nas aulas de histórias, com o movimento caras-pintadas; com os militantes contra a ditadura militar e com todo o tipo de protesto que reúne o povo por uma causa justa.
E com as manifestações que estão ocorrendo em São Paulo e Rio (acho que há algumas outras cidades também) não foi diferente.
A cada novo relato, uma lágrima vinha à tona. Que emoção! E que tristeza.
Nem tudo era o sentimento de estar fazendo algo para mudar. Havia muito sangue, muita surdez, muita lágrima proveniente da violência gratuita de uma polícia mal treinada e ignorante.
Havia ali, muito ódio. Muita revolta. E não à toa.
Aqueles que deveriam proteger-nos de violência e bala perdida, eram os protagonistas dos atos.
Quanta contradição, segurança pública. 

Não pude ir para a manifestação. Morar em outra cidade, gastar R$ 4,30 + R$3,20 para ir e o mesmo valor para voltar e uma consulta marcada para o fim da tarde, me impediram de estar presente.
O mesmo não vai acontecer segunda-feira, 17/06 às 17h. Porque eu quero ter minha consciência tranquila de que fiz alguma coisa para mudar - um pouco que seja - este país.

Existe hoje um sentimento de esperança. Existe hoje uma emoção sem fim habitando aqui. 
Li todos os tipos de relatos possíveis. Chorei em muitos. Discuti com gente estúpida. Insisti nos gritos digitados (já que era o que me restava). Acredito que muito gente pensou que toda aquela manifestação na minha página do facebook era para chamar atenção, para se mostrar politizada. 

Mas não. Nunca foi. Existe em mim um espirito de justiça. Existe em mim uma revolta por gastar muito dinheiro para alimentar luxos de um governo corrupto.

Hoje, encontrei um post meu de 18 de janeiro de 2013. E dizia: No dia que o povo descobrir que somos o terceiro poder...vixi!

O universo conspirou. O povo descobriu que pode fazer barulho.
Que façamos barulho. Que ensurdeçamos o governo. 

Que façamos com que o Brasil veja QUE O POVO TEM VOZ!

terça-feira, 11 de junho de 2013

A proliferação da má educação

Minha sensação ao ter o primeiro contato com o mundo no dia é que tem gente que acorda, se espreguiça e diz: HUMMM QUE BELO DIA PARA SER ESCROTO!

Porque eu nunca vi tanta manifestação de egoísmo e escrotice na minha vida.
O que antes era visto com olhos de julgamento pesado, hoje passa em branco.
Chega a ser cansativo alertar as pessoas de pequenas atitudes e gentilezas.

Seria desnecessário, por exemplo, ter bancos preferenciais nos transportes públicos. Deveria fazer parte do senso comum ceder um lugar para que idosos, deficientes e pessoas com criança de colo pudessem sentar.
Mas hoje, o que mais vemos é gente folgada sentada nestes assentos, fingindo que esta dormindo.

Em um outro campo da má educação podemos notar pressa vs calma.
De um lado, uma empurração desnecessária para entrar e sair do metrô, nas calçadas das ruas e avenidas, até no prédio que se trabalha. 
Você está atrasado? Amanhã acorda mais cedo, meu amô!
Do outro lado, um bando de gente sem noção que deixa para pegar o cartão do bilhete único, do ônibus, da  faculdade, do caralho a quatro na frente da catraca. Além dos que param na porra do lado esquerdo da escada rolante e os que estão andando e mexendo no celular atrapalhando a passagem.
Neste caso, uma coisa causa a outra. Mas não justifica nenhuma das duas.

Outra batalha: motoristas vs pedrestes.
Os carros foram feitos para andar nas ruas e para chegar mais rápido ao destino desejado. Logo, é assim que vai acontecer. As calçadas, por sua vez, foram feitas para pessoas que não estão utilizando veículos de rodas - com exceção das cadeiras de rodas, claro.
Se você está saindo da sua garagem, vai invadir - inevitavelmente - o espaço do pedestre. Portanto, não custa ser cauteloso, olhar o retrovisor antes de dar a ré e não acelerar ao passar do portão.
Dê preferência para a passagem do pedestre que atravessa na faixa. A faixa é direito dele - principalmente se não há farol indicativo para pedestre; ele está andando, você sentado confortavelmente no seu carro. Pare de ser egoísta e imbecil. 
Se você é o pedestre, já sabe que existe na maior parte dos cruzamentos, semáforos especiais para você saber quando pode atravessar uma rua. O desenho é didático. Não invada o espaço dos motoristas para reclamar depois. Isso é coisa de gente ignorante. Não seja mais um.

Toda essa má educação não é uma exclusividade das ruas. No bares não é muito diferente: tem empurrão de monte, tem egoísmo da galera não dando passagem, tem disputa de espaço no bar.
Às vezes me pergunto se junto com o drink estão entregando uma nota de R$100. Outras, me pergunto se estou em um hospital psiquiátrico e ali, naquele balcão, estão entregando doses de remédios para pessoas ensandecidas. 
O que prova que educação e nível social nem sempre estão ligados.

Eu ainda tenho a impressão que a falta de socialização física é a maior causadora de todo esse comportamento bizarro. 

Quanto mais cheio está o mundo, mais as pessoas parecem achar que estão sozinhas nele.
E ainda tem gente que diz que tá sendo empurrado, mas tá gostoso

Vai entender.






segunda-feira, 3 de junho de 2013

Grindr

Que a internet já substituiu o contato físico, é fato. Assim como substituiu o almoço casual entre amigos que trabalham próximos, a festa que reúne os amigos do colégio e o cinema como pioneiro em primeiros encontros.
Para que sair de casa se você tem um meio de "encontrar" todo mundo, ao mesmo tempo e de pijama?
É irresistível, cômodo e evita a fadiga.
O problema é que isso fez com que as pessoas se afastassem cada vez mais.

Mas há quem usa a internet e todas as suas maravilhosas ferramentas para fazer justamente o contrário. 
O aplicativo Grindr (para celular) é uma rede social onde ninguém compartilha foto de cachorro estrupiado. Nem imagem de natureza com frase do Caio Fernando Abreu. 
As pessoas que aparecem para você são as que estão próximas de você fisicamente (km), ou seja, o aplicativo é um facilitador de encontros repentinos. 
Você está em casa, ativa o grindr e vem uma pessoa que está em um raio de 3 kilometros de você e te chama para, sei lá, comer uma pizza. Você olha o perfil, se curtir, vai.
Simples assim.

Uma pena que só há um público que saiba realmente tirar proveito dessa maravilha.

Os gays são incríveis! São desprendidos, se jogam nas possibilidades e por isso estão sempre rodeados de pessoas interessantes.
E antes que digam que eles são assim por conta da promiscuidade, já adianto que conheço muuuitos casos de encontros que não deram em nada. Foram lá, beberam uma cerveja, falaram da vida e cada um foi para o seu lado. E voltaram dizendo que valeu a pena, afinal o papo foi super agradável.

Não sei porquê temos esse receio de usar esse tipo de recurso. Se a internet é para aproximar pessoas de pessoas e de informações, porque não fazer jus ao objetivo?
Tudo bem que há no mundo um monte de gente maluca, mas pode ser que as pessoas estejam apenas querendo se abrir a outras possibilidades, outras conversas, outros rostos.

Sinto uma inveja enorme dos gays. Desse ímpeto sem receio de se abrirem para o novo.
Talvez seja por isso que há tanta gente passando para o lado de lá.



*publicado pela primeira vez no Fertilidade Racional em 14/05/2013.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Quem procura, acha?

Não há como negar a inacabável reclamação de toda uma sociedade carente de afeto. 
E isso não vem de hoje e nem veio por conta das redes sociais. Desde que há festa de família e aquela tia sem noção que pergunta E O (A) NAMORADO (A)?, há no mundo a vontade de morrer, de jogar fora toda a educação que sua mãe passou anos tentando te ensinar e mandar sua tia para a puta que a pariu. Tudo isso porque você também se faz essa pergunta quando vê sua prima mais chata e/ou baranga com um namorado.

É, eu quero dizer que sim, a culpa também é da tia. Porque os seus amigos nunca te perguntam sobre namorados(as), afinal, ou eles estão no mesmo barco que você ou desistiram de tocar nesse assunto.
No fundo eles acham que você não colabora. Provavelmente sua mãe, irmã(o) entre outros, também. 
E beeem lá no fundo você tenta negar, mas sabe que não está cooperando mesmo.

Mas espera aí! Você é socialmente ativa(o), tem vários compromissos aos finais de semana e quando não, no meio da semana também; tem mais de 400 amigos no facebook, estuda, trabalha e é rodeada(o) de gente?
Foda-se.
Dos compromissos nos finais de semana (e durante a semana), quantos casos você tirou deles? E os amigos do facebook? Rola um flerte? Na faculdade, no trabalho?


O nome disso é preguiça de gente. É, preguiça. Chega um pico da vida que você começa a ter preguiça das pessoas. Hoje, com tantas ferramentas para se conhecer uma pessoa antes mesmo de falar OI para ela, a preguiça é cada vez maior e precoce.

E então que um amigo colocou o pau (!) na mesa: Na verdade tá todo mundo procurando no lugar errado.
E estamos mesmo. Porque no fim das contas, acabamos por preferir estar com os amigos nos mesmos lugares de sempre do que encontrar alguém. Mesmo reclamando depois de não ter com quem jantar na quarta à noite ou ir no cinema naquela terça sem graça.

Vivemos o tempo que a revolução de sofá invade relações amorosas. 
Fico no aguardo da petição contra o comodismo e a marcha de gente legal, interessante e disponível na Paulista.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

01

Escrevendo em blogs (que nunca fizeram muito sucesso) desde 2003, percebi que perdi a mão para alguns assuntos. Até porque a vida hoje é bem diferente de 10 anos atrás.

O tempo passou e – ao contrário de Gian e Giovani – eu não sofri calada. Muito pior. Comecei a falar pelos cotovelos e ainda assim, sempre sobrava alguma coisa para as entrevistas de Marília Gabriela durante o banho.  (quem nunca?)
Ultimamente, percebi até uma raiva maior quando alguém me desafia em algo que tenho certeza. Outro dia mesmo discuti com uma garota sobre uma cena do filme Lua de Cristal. (“Pô, assiste no cinema, sabe?” Foi uma das minhas defesas.)

Decidi então que um pouco dessas opiniões e argumentos precisava de um novo espaço. Assim, deixo o Fertilidade Racional para dar início ao O Sassaricando.
Alguns textos do Fertilidade aparecerão aqui também.

Não vou falar de samba, nem de carnaval. Nem de como foi meu dia ou de como a música brasileira anda de mal a pior.
A não ser que me renda uma boa história.


Sobre o nome:
- Sim, tem a ver com a marchinha de carnaval;
- Sim, tem a ver com a marchinha por conta do meu sobrenome, Sá;
- Não, não foi ideia minha. Trabalho muito melhor em grupo. Créditos à Patricia Papassoni.

Agora puxa a cadeira, pede mais um copo que assunto é o que não falta.