terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sobre a grande papagaiada das promessas do ano que começa

Não é surpresa de que eu estava consideravelmente alterada quando o ano virou.
Afinal, não é todo dia que eu pago uma boa quantia de dinheiros em uma festa com duração de 5 horas. (tudo bem que tinha comida, bebida, estrutura e música ótima)
E visto que tinha champagne a rodo, agarrei nela e só nela. 
Ah, e intercalei com alguns petiscos para dar aquela salgadinha malandra na boca.

O ano virou. 
Mentalizei no que me foi guiado e voltei a colocar a taça na boca.
No dia seguinte, fui pura derrota. 
Saí de casa, em pleno Rio de Janeiro, apenas para comer. 
No Shopping. 
E voltei para o ar condicionado e para o sofá.
Comecei um diálogo com a minha irmã por mensagem. 
Ela dizia, lá pelas 22h, que estava em casa pensando nas metas para o ano seguinte.

Nunca levei metas de virada de ano a sério. 
Até me lembro vagamente de um tempo em que eu cheguei a fazer listas ou algo do tipo. Mas com 14/15 anos, tudo o que você precisa é passar no colégio sem ficar de recuperação.
A vida continuou. 
Chego aos 28 sem metas para o ano que se inicia.

Primeiro porque provavelmente eu ia me esquecer de tudo que me prometi.
Segundo porque o ano passa tão rápido que você nem percebe que muitas coisas aconteceram e tudo que você havia planejado foi alterado por uma força maior que ninguém explica.
Tenho planos, claro. Desejos. Sonhos. Vários deles, na verdade.
E é claro que vou correr atrás, por vontade e por necessidade de viver aquilo.
Se as coisas acontecerem, ficarei muito feliz. Se não, paciência.
A gente se cobra por tantas coisas que se eu começar a me cobrar um planejamento anual, eu desisto de viver.

É minha postura de deixar a vida agir. (ou tentar)
Fazer minha parte e deixar que ela aconteça.
Não decorar o horóscopo da Susan Miller (o que não quer dizer que vou deixar de ler) e parar de ver todos os confirmados do evento do facebook, já é um grande feito.
Afinal de contas, o acaso é o melhor diretor de vidas do mundo. E as cenas que ele proporciona são inigualáveis.

Que tudo seja uma grande surpresa. Daquelas boas, engraçadas e com uma grande dose de aprendizado.
No fim, o que fica mesmo é aquilo que a gente vive. 
E sente.