terça-feira, 20 de agosto de 2013

Borbulhas de esperança

Esse ano, minha rotina está sendo - entre um freela e outro - ficar de olho na timeline de grupos de emprego no facebook, páginas/twitter/sites de trampos.
E quase todo dia, a busca não encontra resultados.
Pior do que isso é a cobrança de todo mundo que não vive essa realidade e é imediatista. 
Perguntando se eu não penso em mudar de área;
Mudar de ideia;
Fazer outra faculdade;
Revender Avon.

E eu só não fico louca com tudo isso, porque tem algo maior que faz parte da minha rotina.

O dia pode ter sido uma bosta. 
Posso ter passado a semana inteira ansiosa pela resposta daquela entrevista.
Mas se no final houver um copo de cerveja me esperando, tudo fica bem.

Não é a toa que, vira e mexe, são publicados estudos que mostram que os jovens tem bebido cada vez mais.
O ritual da mesa de bar te possibilita esquecer, um pouco que seja, todas as preocupações que voltarão com a segunda-feira. 
A gente até comenta com os amigos das discussões com a mãe, da raiva do job que não pagaram, da vaga que saiu e seria incrível se fosse sua. 
E eles sempre vão encher o seu copo e brindar para tudo dar certo.

Ou seja, nós não bebemos porque somos alcoólatras, bebemos porque vemos no fundo do copo, a luz do fim do túnel.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Saudade com moderação

É inevitável no meio de uma conversa não lembrarmos de histórias do passado.
E nem sempre são de um passado recente.
Sempre acaba vindo à tona memórias da época do colégio, seguida da lembrança da facilidade de se viver naquela época em que a única preocupação era chegar a tempo de ver Simpsons no SBT, ou Blossom. (Poxa, Blossom... saudades!)

Daí você lembra que sua mãe perguntou ontem se você não vai encontrar um emprego decente; tomar um rumo na vida; sossegar o facho em casa e parar de zona.
Lembra que o mercado de trabalho tá tenso; que você não foi naquele show porque não tinha grana; que fica puto que os vinhos da promoção de 19,90 já acabaram.
E então, é invadido por aquela nostalgia ao pensar em como a vida era fácil.

O que é normal, claro.
É normal, é inevitável mas é sempre passageiro.
Porque se você pensar mais um pouquinho, a vida adulta tem certas vantagens que a de adolescente não tinha. E que no fundo, você não trocaria uma pela outra. 
Mas tudo bem relembrar, afinal, todo mundo se diverte com as histórias bizarras da nossa adolescência.

Chato é aquela galera que vive disso.
Aquela galera que só sabe falar das coisas que aconteceram nos anos passados.
Tanto recente, quanto distante.
É chato. É broxante. É um saco.

A impressão que eu tenho é que esse é tipo de gente não consegue ser feliz nunca.
Que é um porre como companhia e que não consegue se concentrar no que está acontecendo no momento agora.
Pior que isso é quem acha bonito ficar frisando aquela sentença:
“Saudade de tudo que eu ainda não vivi”. (ou algo do tipo)

Desse jeito, a única saudade que você vai sentir é a saudade do tempo que passou enquanto você ficava com essa frescura de sentir saudade.

E, às vezes, nem sabe do que.