quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Machismo não, obrigada.

Este ano, muito se falou sobre feminismo, machismo, abuso, coisa e tal.
E eu, sempre que entro neste assunto com alguns amigos, acabo saindo mal.
Mal porque grande parte dos meus amigos são machistas.
E mulheres entram nessa também.

Minha mãe é machista e não nega.
Minha irmã também é.
Aliás, minha família, no geral, é machista.
E eu fui criada para ser uma. 
E fui, por um bom tempo.

Fui por medo. Para não ser do contra.
Mas tudo que vinha junto com isso, me deixava muito incomodada.
Até que eu cansei.
Estudei, li, conheci outras pessoas, outras teorias e outros pontos de vista.
Daí me encontrei. E me desencontrei de algumas ideias, de algumas pessoas.

Parece que ofendemos ao nos defender de um ataque machista.
Toda vez que uma mulher se mostra feminista para um homem, este parece perder porcentagem de sua masculinidade. (e a mulher, parece uma frígida, revolucionária)
E nós só queremos um pouco mais de respeito.
Um pouco mais de empatia.

Mulher só pode ser feminista se topar dividir a conta do motel.
Caso o contrário, aceite este "gostosa" com sorriso no rosto.
E se o farol fechar, agradeça.







quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A arte do vacilo

A gente culpa o trânsito, a sujeira, a fila, o banco, a operadora do celular, o wi-fi...
A gente culpa tudo que não tem culpa sozinho.
Por isso que cada dia que passa nos aborrecemos com mais facilidade.
E é tudo culpa da gente mesmo.

Para pra pensar no porquê você deixou de ir à um lugar ou deixou de fazer algo.
No porquê não acredita mais em uma teoria ou não ouve mais certa música.
Provavelmente haverá um ser humano envolvido nessa causa.
Porque na verdade não são as coisas que perdem o sentido.
São as pessoas que estragam tudo por perderem a noção.

O ser humano vacila demais.
Por isso amizades duradouras são cada vez mais raras.
E bons lugares cada vez mais escassos.
E exatamente por isso que devemos tomar cuidado com as vaciladas que damos pela vida.
Pois como diz meu amigo:

"Na vida você pode fazer zoeira, mas não pode fazer bagunça".



terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cadê a criança que estava aqui?

Entre as tantas coisas nas quais eu acredito, uma delas é que existe uma conexão universal que atua diretamente nas nossas vidas.
Para mim, tudo que a gente acha que é coincidência, é a atuação do universo sintonizando nossos pensamentos com fatos que acontecem sequencialmente nas nossas vidas.

No último mês rolou um concurso de novos projetos de roteiros de séries para televisão. Um dos seletores comentou que – até o momento – menos de 2% dos projetos eram destinados ao público infantil.

Minha infância foi praticamente toda relacionada aos programas da TV Cultura. Rá-Tim-Bum, Contos de Fadas, Os Animais do Bosque dos Vinténs, X-Tudo, Castelo Rá-tim-bum, só para citar alguns.
Isso me ocupava o tempo que sobrava depois da escola, fazer o dever de casa e brincar na rua. E foi responsável por eu me interessar por histórias, leitura e por estimular meu poder imaginativo.
Muitos não são mais exibidos. Isso se existir algum que ainda esteja na programação.

Hoje saiu a notícia que mais uma produção da TV Cultura chegará ao fim.
O Cocoricó - que há algum tempo tornou-se o TV Cocoricó - no qual tive a honra de fazer parte da equipe de roteiristas, não fará mais parte da programação.
É mais uma hora do dia que as crianças se dedicarão aos canais pagos, tablets e computados (as que têm acesso), produtos para idades mais avançadas ou produtos de péssimo gosto.

Ao mesmo tempo que Júlio e seus amigos se despedem da fazenda, meninos e meninas se despedem um pouco da infância, precocemente.