É inevitável no meio de uma conversa não lembrarmos de
histórias do passado.
E nem sempre são de um passado recente.
Sempre acaba vindo à tona memórias da época do colégio,
seguida da lembrança da facilidade de se viver naquela época em que a única
preocupação era chegar a tempo de ver Simpsons no SBT, ou Blossom. (Poxa,
Blossom... saudades!)
Daí você lembra que sua mãe perguntou ontem se você não
vai encontrar um emprego decente; tomar um rumo na vida; sossegar o facho em
casa e parar de zona.
Lembra que o mercado de trabalho tá tenso; que você não
foi naquele show porque não tinha grana; que fica puto que os vinhos da
promoção de 19,90 já acabaram.
E então, é invadido por aquela nostalgia ao pensar em
como a vida era fácil.
O que é normal, claro.
É normal, é inevitável mas é sempre passageiro.
Porque se você pensar mais um pouquinho, a vida adulta
tem certas vantagens que a de adolescente não tinha. E que no fundo, você não trocaria uma pela outra.
Mas tudo bem relembrar, afinal, todo mundo se diverte com as histórias bizarras da nossa
adolescência.
Chato é aquela galera que vive disso.
Aquela galera que só sabe falar das coisas que
aconteceram nos anos passados.
Tanto recente, quanto distante.
É chato. É broxante. É um saco.
A impressão que eu tenho é que esse é tipo de gente não consegue ser feliz nunca.
Que é um porre como companhia e que não consegue se
concentrar no que está acontecendo no momento agora.
Pior que isso é quem acha bonito ficar frisando aquela
sentença:
“Saudade de tudo que eu ainda não vivi”. (ou algo do tipo)
Desse jeito, a única saudade que você vai sentir é a
saudade do tempo que passou enquanto você ficava com essa frescura de sentir
saudade.
E, às vezes, nem sabe do que.
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