segunda-feira, 21 de julho de 2014

O nosso amor a gente inventa

Eu escrevo.
Sempre escrevi.
Na agenda, no caderno, no blog.
Nas cartas, cartões e e-mails.
Adorava fazer redação, poesia e criar histórias.
Mas isso não faz de mim uma escritora, eu sei.
Mas eu escrevo, estudo e escrevo mais.
E foi assim que eu descobri toda a verdade.

Estes dias topei com um verso da Ana Cristina César.

"imagino como seria te amar:
desisto da ideia numa verbal volúpia
e recomeço a escrever poemas."

Me senti na obrigação de discorrer sobre o que Ana havia revelado.
Todo mundo – ou quase – tem um romance preferido.
Tem também um filme fofo preferido.
Um casal de novela ou série que adora. E torce. E chora.
E uma boa parte de nós tem para si que aquilo tudo é possível.
Bem, quem sou eu para dizer que não, não é?

Mas veja só.
Todo mundo que escreve, inventa.
Salvo quem tem por obrigação relatar a verdade sobre algo.
O resto é tudo sonhador.
Os personagens românticos são, em sua maioria, baseados em pessoas reais.
Mas o que acontece com eles não tem nada de real.
(pode ser que tenha, alguns são até conhecidos como tal, mas a maioria...)
A gente que escreve inventa situações que idealizamos.
Que gostaríamos que acontece com a gente.

Qualquer um que me conheça sabe que eu sou o tipo grosseira.
Mas eu escrevo coisas lindas de amor que nunca usei na vida real.
Se eu leio um poema ou escuto uma música inspiradora,
eu me torno uma princesa da Disney.
Mas há 27 anos a história é bem diferente.

Não me culpem.
Ana Cristina César contou primeiro que eu.
Que poemas de amor são desabafos do amor não consumido.
Só estendi para o audiovisual, que não é muito diferente.
Se eu pudesse dar uma dica, seria:
Ao invés de se basear nos filmes, encontre a magia na sua vida.
Todo mundo tem momentos inesquecíveis, é só saber reconhecer.

Mas eu ainda assisto comédia romântica.
Todo mundo precisa dormir nas nuvens de vez em quando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário